Espacios. Vol. 36 (Nº 03) Año 2015. Pág. 13
Marco Antônio Neiva KOSLOSKY 1; Rafael de Moura SPERONI 2; Ostuni GAUTHIER 3;
Recibido: 19/09/14 • Aprobado: 22/10/14
RESUMO: |
ABSTRACT: |
A sociedade evoluiu ao longo da história e o homem foi desenvolvendo suas capacidades através de cada descoberta nova. O conhecimento sempre esteve presente neste desenvolvimento, podendo ser considerado um recurso econômico. Os registros de patentes são um bom indicador da capacidade de inovação de um país e revela potencialidades e oportunidades que poderão ser exploradas pelos detentores das patentes no futuro. Dados do Banco Mundial mostram que o Brasil apresentou uma das mais baixas relações patentes/PIB com os valores praticamente constantes entre os anos de 1996 e 2007 (Campos, Denig, 2012). Entre os fatos citados que explicam este baixo desempenho está à industrialização tardia no Brasil e seu sistema de inovação imaturo.
A Lei de Inovação Tecnológica nº 10.973 no Brasil, aprovada em 2 de dezembro de 2004 e regulamentada em 11 de outubro de 2005 pelo Decreto nº 5.563, está organizada em torno de três eixos: (i) a constituição de ambiente propício a parcerias estratégicas entre universidades, institutos tecnológicos e empresas; (ii) o estímulo à participação de institutos de ciência e tecnologia no processo de inovação; (iii) e o estímulo à inovação nas empresas.
A lei foi um marco importante na evolução dos instrumentos de promoção e incentivo à inovação e à realização de parcerias tecnológicas entre os diversos atores no Brasil.
A utilização de ecossistemas de inovação, onde a inovação é baseada no usuário, permite que estes assumam os mais variados papeis durante o processo, atuando desde a concepção até a utilização dos bens e serviços gerados.
Em uma analogia com a biologia, o termo de ecossistema é amplamente utilizado na gestão e no discurso econômico, para descrever grupos de atores heterogêneos que trabalham em cooperação e interdependência. O trabalho desenvolvido por Moore (1993), tratando sobre Ecossistemas de Negócios, é considerado como seminal para a compreensão sobre a evolução da cooperação e concorrência entre as empresas. Segundo o autor, cada ecossistema tem sua própria dinâmica e agrega valor para cada um de seus membros e para a comunidade como um todo.
Tem sido cada vez mais comum encontrar universidades que mantenham relações de efetiva cooperação com o setor produtivo e desempenhem papel de destaque no desenvolvimento local ou regional, que tenham implementado iniciativas para proteger e comercializar os resultados de suas pesquisas e contribuído para a formação de empresas de base tecnológica.
Estudo desenvolvido pelo "Skolkovo Institute of Science and Technology" da Rússia em parceria com o "Massachusetts Institute of Technology - MIT" em 2012 identificou as universidades líderes em tecnologia baseada em ecossistemas de inovação (Graham, 2013). Um total de 120 diferentes universidades de 25 países foram citadas pelos 61 "experts" consultados, estando entre as dez mais referenciadas 4 americanas (MIT, Stanford, San Diego e Berkeley), três do Reino Unido (Cambridge, Imperial College e Oxford), uma de Israel (Technion), uma Suiça (ETH Zurich) e uma de Cingapura (NUS). Nenhuma universidade brasileira recebeu citações neste estudo.
O protocolo aplicado neste trabalho é baseado nas recomendações presentes em Kitchenham e Charters (2007) e visam garantir que a revisão da literatura seja sistemática e minimize o viés do pesquisador. A revisão da literatura é focada em um conjunto de questões que tem o objetivo de guiar o trabalho e definir as principais áreas de estudo. Também são definidas as estratégias de extração de dados e os critérios de inclusão e exclusão dos trabalhos.
2.1 Perguntas de pesquisa
O objetivo deste trabalho é proporcionar uma visão geral das pesquisas publicadas no campo de "ecossistemas de inovação", o interesse que o tema tem despertado na comunidade científica, principais autores e obras referenciais. Para isso foram elaboradas as seguintes perguntas de pesquisa:
PQ1: Como o termo ecossistema(s) de inovação é definido?
O primeiro objetivo do trabalho é obter um panorama das definições de ecossistemas de inovação e em que contextos têm sido aplicados, visando compreender como a comunidade de pesquisadores tem abordado a temática.
PQ2: Qual a quantidade e tipo de publicações por ano?
O agrupamento das publicações por ano visa permitir identificar possíveis tendências e o interesse da comunidade científica pelo tema. A análise das tendências pode determinar a importância que o tema tem despertado ao longo do tempo.
PQ3: Quais as principais fontes de publicação?
A identificação das principais fontes de publicação de forma qualitativa e quantitativa permite determinar em que áreas do conhecimento os ecossistemas de inovação tem sido aplicados e o estágio de desenvolvimento em que se encontram.
PQ4: Quais os principais autores, instituições e países das publicações?
A identificação do perfil profissional, localização geográfica, filiação institucional, grupos de colaboração e interelações dos principias autores permite visualizar os agrupamentos onde o tema tem despertado maior interesse e as respectivas regiões do mundo onde estão sendo desenvolvidos estudos sobre o tema.
PQ5: Quais as obras e autores mais referenciados?
Por último, a determinação das obras e autores mais referenciados permite estabelecer a base conceitual a partir da qual a área de estudos vem se desenvolvendo, fornecendo indicadores para que os interessados em futuros trabalhos possam buscar as referências e autores mais significados no campo.
2.2. Definição do corpo de literatura
A estratégia para coleta das obras consiste na busca por termos nas bases dados científicas Web of Science, Scopus, EBSCO e IEEE.
A extração de literatura consiste na pesquisa de uma palavra-chave com o termo "innovation ecosystem*" nas bases especificadas. O símbolo "*" aceita incluir variações das palavras pesquisadas, como por exemplo, seu plural.
Para a seleção de uma obra para o corpo de literatura, a mesma deveria seguir os seguintes critérios:
(1) O termo de busca "innovation ecosystem(s)" deveria existir por inteiro em pelo menos um dos campos: título, palavras-chave ou resumo;
(2) Sendo um artigo científico, ter passado por uma revisão por pares;
(3) Ser escrito em língua inglesa;
(4) Ter o corpo de documento maior do que uma página;
(5) Contar com o texto completo disponível na base de busca.
O corpo de literatura é, portanto, resultado os seguintes passos:
Para a obtenção do corpo de literatura da revisão foi aplicada uma revisão sistemática, conforme os procedimentos descritos, tendo os dados sido extraídos no dia 09 de Abril de 2014.
A busca nas bases de dados apresentou inicialmente um total de 270 registros. Foram identificados e excluídos 65 trabalhos encontrados em duplicidade nas várias bases de dados e 8 por estarem sem autoria disponível.
Com a leitura individual foram excluídos 138 trabalhos por não se enquadrarem nos critérios de seleção ou serem considerados fora de contexto, de forma que o corpo de literatura resultante ficou composto por 59 artigos.
A Tabela 1 ilustra o processo de seleção dos artigos para a análise final.
Tabela 1 - Número de publicações selecionadas nas bases de dados
Bases de Dados |
Publicações Localizadas |
Exclusão das Publicações Repetidas |
Exclusão de Publicações sem Autoria Disponível |
Exclusão baseados nos critérios de seleção |
Total de Publicações Selecionadas |
|||
Web of Science |
68 |
15 |
2 |
40 |
11 |
|||
Scopus |
145 |
44 |
3 |
68 |
30 |
|||
Ebsco |
26 |
0 |
0 |
21 |
5 |
|||
IEEE |
31 |
6 |
3 |
9 |
13 |
|||
Total |
270 |
65 |
8 |
138 |
59 |
Fonte: Elaborado pelos autores
Esta seção apresenta os resultados e sínteses das informações selecionadas a partir da busca bibliográfica, padronização e análise dos dados.
Entre os 59 trabalhos selecionados, 19 são artigos de congressos, 36 artigos em 'journals' indexados em periódicos científicos e 4 capítulos de livros.
Esses trabalhos foram escritos por 129 autores, vinculados a 87 instituições de 27 países diferentes e publicados em 47 fontes diferentes. Foram utilizadas 506 palavras-chave para indexar os trabalhos e 1.749 referências (média aproximada de 29 referências citadas por publicação). A Tabela 2 sintetiza os dados gerais da pesquisa.
Tabela 2 - Dados gerais das publicações selecionadas nas bases de dados
Dados bibliométricos |
Frequência |
Publicações |
59 |
Fontes de publicações |
47 |
Autores |
129 |
Instituições |
87 |
Países |
27 |
Palavras-chave |
506 |
Referências citadas |
1.749 |
Fonte: Elaborado pelos autores
Durante esta revisão foi possível obter uma visão geral das publicações científicas referentes ao tema de Ecossistemas de inovação. A primeira pergunta de pesquisa se refere à definição do termo "Ecossistema de Inovação" pela sumarização das definições encontradas na literatura.
Aplicados os critérios de seleção, encontramos um grande número de artigos (51 de um total de 59) que não definiam o termo referido. Dentre os artigos que continham uma definição, alguns eram citações prévias de outros autores ou de cunho próprio.
A partir da análise das definições obtivemos o seguinte resultado:
(Namba, 2006) fazendo referência ao encontro realizado em 2004 em Washington, D.C., denominado "National Innovation Summit" onde o Conselho de Competitividade composto por mais de 400 líderes de todo o mundo divulgou o relatório "Innovate America: Thriving in a World of Challenge and Change" traz a seguinte definição:
"Um ecossistema de inovação é definido como uma infraestrutura para fomentar inovação onde ofertantes e demandantes de inovação interagem como público estratégico. O usuário é chamado a participar como cocriador da inovação."
(Sawatani et. al. 2007) tratando sobre inovação na área de serviços trazem o seguinte:
"O ecossistema de inovação é descrito como uma estrutura de rede que engloba ligações para todos os participantes, tais como consumidores, provedores de serviço, fornecedores para as empresas, incluindo o ambiente. Estas ligações mostram fluxos de valor em um ecossistema de inovação. Pode ser uma descrição de alto nível, como em nível conceitual, ou pode ter descrições mais precisas, como exemplos de casos reais. Isso inclui eventos a partir de mudanças na sociedade, bem como os impactos da inovação na sociedade."
(Guo, 2009) em trabalho relacionado à indústria da Tecnologia de Informação, definiu:
"Ecossistema de inovação é um sistema de inovação que contém organismos inovadores e ambientes de inovação com fluxo de material inovador, fluxo de energia e fluxo de informações em algum tempo e espaço. A pesquisa de ecossistemas de inovação aponta para o desenvolvimento sustentável como objetivo e usa as teorias e métodos da ecologia para discutir a formação do ecossistema de inovação e suas regras de evolução para fazer sugestões tecnológicas e econômicas para o desenvolvimento sustentável do meio ambiente."
(Wang, 2010) mostrando o cenário de cooperação entre universidades e indústrias na China coloca:
"O sistema dinâmico de instituições e as pessoas interconectadas que são necessários para impulsionar o desenvolvimento econômico tecnológico tem sido descrito como o ecossistema de inovação. Este ecossistema inclui uma gama de atores da academia, indústria, fundações, organismos científicos e econômicos, e do governo em todos os níveis. A organização de um ecossistema de inovação não é rigidamente planejada com papéis bem definidos para os diversos atores. Como resultado, as posições relativas de cada ator, bem como as condições para encorajar ou restringir o processo de inovação, podem mudar continuamente."
(Jishnu, Gilhotra, Mishra, 2011) em estudo sobre a organização curricular do curso de Farmácia na Índia definiram:
"Os ecossistemas de inovação referem-se aos sistemas interorganizacionais, políticos, econômicos, ambientais e tecnológicos pelos quais um ambiente propício ao crescimento do negócio é catalisado, sustentado e apoiado. Ecossistema de inovação é uma abordagem integrada para o desenvolvimento. Inovação é algo que gera valor. Um ecossistema de inovação dinâmico é caracterizado por um realinhamento contínuo de relações sinérgicas de pessoas, conhecimentos e recursos que promovem o crescimento harmonioso do sistema em resposta ágil às mudanças das forças internas e externas."
(Thompson et. al. 2012) tratando dos esforços de área de TI da NASA no desenvolvimento de um ecossistema inovação para alavancar um método escalável e sustentável para promover a inovação tecnológica transversal:
"O ecossistema de inovação não é um processo e é mais do que uma plataforma virtual e de demonstração. É uma abordagem aberta e holística, que incentiva a inovação tecnológica em todo o organismo através do compartilhamento de informações e colaboração. É um conjunto de componentes que trabalham em conjunto para criar um ambiente favorável à inovação e permitir que a tecnologia dure todo o ciclo de vida e integrada à agência, moldando o futuro das inovações tecnológicas e missões da NASA. Conduzido em colaboração com todas as partes interessadas e com ênfase na satisfação das necessidades da missão, o resultado será um canal robusto de inovação tecnológica para futuras missões da NASA."
(Vérilhac, Pallot, Aragall, 2012) em trabalho que explora a maneira de integrar o 'Desing para todos' apresenta o 'Living Lab' como uma metodologia de pesquisa centrada no usuário para detecção, prototipagem, validação e soluções complexas de refino em múltiplos contextos da vida real:
"A Living Lab ('LL') é um ecossistema de inovação e pesquisa aberto, muitas vezes baseado em um território específico, envolvendo uma grande diversidade de partes interessadas, tais como as comunidades de utilizadores, desenvolvedores de soluções, laboratórios de pesquisa, autoridades locais e formuladores de políticas, bem como investidores. Enquanto o ecossistema 'LL', através de abertura, aspectos multiculturais e multidisciplinares transmite o nível necessário de diversidade, permite o surgimento de ideias inovadoras, conceitos e cenários que levam a soluções inovadoras adotáveis."
(Komninos, Pallot, Schaffers, 2013) focados em como as cidades da Europa estão desenvolvendo estratégias de uso da internet para criar 'cidades inteligentes' definiram:
"Ecossistemas de inovação são caracterizados por uma combinação de iniciativas 'bottom up' e 'top down', liderando a rede de colaboração entre partes interessadas, a qual finalmente estará se estendendo para as comunidades reais de inovação. Cada vez mais os cidadãos, as empresas avançadas e os governos locais agem como catalisadores proativos de inovação, transformando cidades em agentes de mudança."
A série histórica aponta que o maior número de artigos, conforme o gráfico da Figura 1 , foi no ano de 2013, com 17 artigos publicados, sendo 13 em Journals e quatro em conferências ou Workshops.
Figura 1 . Total de publicações por ano
Fonte: Elaborado pelos autores
A Tabela 3 mostra as publicações ocorridas por ano, citadas no anexo A.
Tabela 3 – Publicações por ano conforme anexo A
Ano |
Publicações |
Total |
2003 |
[20] |
1 |
2004 |
|
0 |
2005 |
|
0 |
2006 |
[1,39] |
2 |
2007 |
[12,25,33,46] |
4 |
2008 |
[15,31,32] |
3 |
2009 |
[5,16,42] |
3 |
2010 |
[2,10,17,34,35,41,45,50,57] |
9 |
2011 |
[6,21,23,36,37,43,47,52,58] |
9 |
2012 |
[3,7,9,11,14,18,24,29,51,53,54] |
11 |
2013 |
[4,8,13,19,22,26,27,28,30,38,40,44,48,49,55,56,59] |
17 |
Fonte: Elaborado pelos autores
A primeira ocorrência identificada para trabalhos sobre o tema, dentro dos critérios estabelecidos, é do ano de 2003, tendo sido publicado o artigo "Restrictive factors in the regional technological innovation ecosystem and the strategies for adaptation" (Huang, Luo, 2003), no "Portland International Conference on Management of Engineering and Technology", PICMET'03.
O número de publicações apresenta tendência de crescimento nos anos seguintes, atingindo o maior valor em 2013 onde foram encontrados 17 trabalhos. A busca não identificou nenhuma publicação no ano de 2014, possivelmente pelo fato da busca ter sido feita no início do mês de abril de 2014.
Os artigos foram publicados em 73 fontes de publicações diferentes, sendo que, destas, 51 são Journals. As cinco fontes de publicação mais utilizadas pelos autores estão apresentadas na Tabela 4 e descritas em seguida.
Tabela 4 – Fontes de publicação com maior ocorrência
Fonte de publicação |
Qtd |
ISSN |
Tipo |
Editora |
Journal of the Knowledge Economy |
7 |
1868-7865 |
Journal |
Springer |
PICMET |
3 |
|
Conferência |
--- |
Genome Medicine |
2 |
1756-994X |
Journal |
Biomed |
Journal of Technology Transfer |
2 |
1573-7047 |
Journal |
Springer |
Technology in Society |
2 |
0160-791X |
Journal |
Elsevier |
Triple Helix Conference |
2 |
|
Conferência |
--- |
Fonte: Elaborado pelos autores
A fonte de publicação mais representativa na busca, contando com sete artigos, é o "Journal of the Knowledge Economy", que tem foco na dinâmica da economia do conhecimento, com uma ênfase no papel da criação, difusão e aplicação do conhecimento nas organizações, indústrias, nações e regiões.
A "Portland International Conference on Management of Enginering and Technology" (PICMET) foi estabelecida em 1989 como uma organização para disseminar informações sobre gestão de tecnologia. A primeira conferência foi realizada em outubro de 1991, repetida bienalmente, passando a anual a partir de 2004.
O "Journal Genome Medicine", publicado pela "Biomed Central", publica pesquisas, novos métodos, ferramentas de softwares, revisões e artigos comentados em todas as áreas da medicina estudadas em uma perspectiva pós-genômica.
O "Journal of Technology Transfer" é uma publicação que provê um fórum internacional para as pesquisas em práticas de gestão e estratégia para transferência de tecnologia. O "journal" explora, ainda, o ambiente externo que afeta estas práticas e estratégias, incluindo o desenvolvimento de políticas públicas, aspectos legais, de regulação e tendências globais.
O "Journal Technology in Society", dedica-se a variados campos interdisciplinares que tenham como foco papel da tecnologia na sociedade, sua dinâmica econômica, política e cultural e as forças que regem decisões e escolhas em relação aos usos das tecnologias.
A "Triple Helix International Conference" é uma conferência que visa contribuir com a necessidade existente de que as universidades, empresas e governo trabalhem em conjunto.
As publicações analisadas neste trabalho foram escritas por 129 autores que estão afiliados a 87 instituições. A Figura 2 ilustra a localização dessas instituições, na forma de um mapa que indica a intensidade de ocorrências, onde a cor verde indica uma menor intensidade e a cor vermelha indica uma maior intensidade. Os países com maior ocorrência de autores são: Estados Unidos da América, com 36 pesquisadores; China e Japão, com 9 pesquisadores; Espanha, com 7 pesquisadores; Canadá, França e Reino Unido, com 6 pesquisadores; Finlândia e Russia, com 5 pesquisadores; Os demais países contam com quatro ou menos autores.
Figura 2 – Mapa-mundi com a distribuição geográfica das instituições às quais os autores pertencem
Fonte: Elaborado pelos autores
Embora haja maior intensidade de ocorrências de publicações em algumas regiões, foram observados poucos autores com mais de uma publicação sobre indicadores de inovação. A Tabela 5 apresenta os autores com maior número de publicação.
Tabela 5 – Autores com maior número de publicações
Autor |
Publicações |
Vínculo Institucional |
Cidade |
País |
|
Total |
1º Autor |
||||
Carayannis, Elias G. |
3 |
3 |
George Washington University |
Washington |
EUA |
Komninos, Nicos |
3 |
2 |
Aristotle University of Thessaloniki |
Thessaloniki |
Grécia |
Luo, Ya-fei |
3 |
2 |
Beijing University of Technology |
Beijing |
China |
Pallot, M. |
3 |
0 |
Nottingham University Business School |
Roma |
Itália |
Adner, Ron |
2 |
2 |
Dartmouth College |
Hannover |
EUA |
Fonte: Elaborado pelos autores
O autor com maior número de publicações, sendo primeiro autor nas três, é Elias G. Carayannis. Dr. Carayannis é "Full Professor of Science, Technology, Innovation and Entrepreneurship na School of Business of George Wasshington University", sendo também co-fundador e co-diretor do "Global and Entrepreneurial Finance Research Institute" (GEFRI) e diretor de pesquisa em Ciência, Tecnologia, Inovação e Empreendedorismo do "European Union Research Center" (EURC) na mesma universidade.
O Dr. Nicos Komninos é primeiro autor de dois artigos e coautor de um terceiro. Komninos é professor de Desenvolvimento Urbano e Políticas de Inovação na "Aristotle University of Thessaloniki". É fundador e diretor do Urban and Regional Innovation (URENIO) e tem como interesses de pesquisa os 'ecossistemas de inovação' e 'cidades inteligentes'.
Também primeiro autor de três artigos, e coautor de um terceiro, Ya-Fei Luo é vinculado à Escola de Gestão da "Beijing University of Technology", na China.
Ron Adner é autor de dois artigos, sendo primeiro autor de ambos. Adner é professor de Estratégia e Empreeendedorismo na "Tuck School of Business at Dartmouth", com foco de ensino e pesquisa é inovação, estratégia e empreendedorismo. Seu trabalho introduz uma nova perspectiva no relacionamento entre empresas, clientes e, de forma mais ampla, o "ecossistema de inovação" em que interagem para criar valor.
Os artigos analisados utilizaram 1.749 referências como embasamento teórico, o que representa uma média de aproximadamente 29 referências por trabalho.
O trabalho mais citado é o "Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology", (Chesbrough, 2003) com 12 ocorrências. Trata-se de um livro onde o autor cunha o termo "Open Innovation", referindo-se às indústrias e organizações que promovem ideias, pensamentos, processos e pesquisas abertas, a fim de melhorar o desenvolvimento de seus produtos, prover melhores serviços para seus clientes, aumentar a eficiência e reforçar o valor agregado.
A Tabela 6 resume as referências mais utilizadas pelos autores, as quais, em seguida, são descritas individualmente.
Tabela 6 - As dez referências mais utilizadas pelos trabalhos analisados
|
Autores |
Ano |
Título |
Fonte de publicação |
Qtd |
1 |
Chesbrough, H.W. |
2003 |
Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology |
Harvard Business School Press |
12 |
2 |
Lundvall, Bengt-Åke |
1992 |
National Systems of Innovation. Towards a Theory of Innovation and Interactive Learning |
Pinter Publishers |
08 |
3 |
Caragliu, A.; Del Bo, C.; Nilkamp, P. |
2009 |
Smart Cities in Europe |
Business Administration and Econometrics |
06 |
4 |
Nelson, Richard R. |
1993 |
National innovation systems: A comparative analysis |
Oxford University Press |
06 |
5 |
Moore, J. F. |
1993 |
Predators and prey: A new ecology of competition |
Harvard Business Review |
04 |
6 |
Von Hippel, Eric |
2005 |
Democratizing innovation |
MIT Press |
04 |
7 |
Etzkowitz, Henry |
2000 |
The dynamics of innovation: from National Systems and ''Mode 2'' to a Triple Helix of university–industry–government relations |
Research Policy |
04 |
8 |
Florida, Richard |
2004 |
The Rise of the Creative Class: And How It's Transforming Work, Leisure, Community, and Everyday Life |
Basic Books |
04 |
9 |
Komninos, N. |
2008 |
Intelligent Cities and Globalisation of Innovation Networks |
Taylor & Francis |
04 |
10 |
Schumpeter, Joseph Alois |
1942 |
Capitalism, Socialism and Democracy |
Harp Perennial |
04 |
Fonte: Elaborado pelos autores
O livro "National Innovation Systems: Towards a Theory of Innovation and Interactive Learning", publicado em 1992, por Bengt-Ake Lundval, aparece como o segundo referenciado, com oito ocorrências. Esse livro aborda a dinâmica da economia nacional e global, e parte do princípio de que a competição internacional entre as nações é baseada na inovação. Busca investigar o papel desempenhado por cada uma das diferentes partes do sistema nacional na determinação das dinâmicas de longo prazo da economia, bem como identificar o que acontece com a coerência dos sistemas nacionais de inovação em uma era caracterizada pela internacionalização de longo alcance e globalização.
Com seis ocorrências, o artigo "Smart Cities in Europe" (Caragliu, Del Bo, Nilkamp, 2009) trata do conceito de "smart city", provendo uma definição operacional para o constructo, bem como análises estatísticas e gráficas sobre os dados da "Urban Audit", visando analisar os fatores determinantes para a performace das "smart cities". Os autores concluem que a presença de uma classe criativa, a atenção dedicada ao desenvolvimento urbano, o nível de educação, acessibilidade multimodal e o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação para a administração pública estão positivamente correlacionados com a prosperidade urbana.
Também com seis ocorrências, o livro "National Innovation Systems: A Comparative Analysis", de Richard R. Nelson, foi publicado em 1993, e parte de um princípio chamado "tecno-nacionalismo", força tecnológica observada em países como o Japão, Taiwan e Korea nos anos 70 e 80, que combina a crença de que as capacidades tecnológicas de uma nação são fatores chave para o processo competitivo, com a crença segundo à qual tais capacidades existem em nível nacional, e podem ser construídas por ações nacionais. O livro trata de sistemas nacionais de inovação e contem estudos sobre dezessete países, destacando mecanismos e instituições que suportam a inovação, e apresentando similaridades e diferenças entre os países.
O artigo "Predators and prey: A new ecology of competition", de autoria de James F. Moore, publicado em 1993, aparece com quatro ocorrências. Neste artigo clássico, Moore sugere que uma companhia seja vista não como um membro de uma indústria, mas como parte de um "ecossistema de negócios" que cruza uma variedade de indústrias. Em um ecossistema de negócios, as companhias coevolvem capacidades em torno de uma nova inovação: trabalham cooperativa e competitivamente para sustentar novos produtos, satisfazer as necessidades dos consumidores, e eventualmente incorporar a proóxima rodada de inovações.
Também referenciado em quatro artigos, o livro "Democratizing innovation" (Hippel, 2005) trata da democratização da inovação. Na visão do autor, os usuários, auxiliados pelas melhorias nos computadores e tecnologias de comunicação, podem desenvolver seus próprios produtos e serviços. Estes usuários inovadores normalmente compartilham livremente suas inovações, criando comunidades de usuários de inovação.
O artigo "The dynamics of innovation: from National Systems and ''Mode 2'' to a Triple Helix of university–industry–government relations" (Etzkowitz, Leydesdorff, 2000), publicado no "Journal Research Policy", é referenciado quatro vezes. Neste artigo, os autores comparam as relações da tríplice hélice universidade-indústria-governo com modelos alternativos para eplicar o sistema de pesquisa em seus contextos sociais. Para isto tratam do "Mode 2", um modo de produção de conhecimento caracterizado como um resultado, um sistema emergente semelhante a uma hiper-rede.
De autoria de Richard Florida, o livro "The Rise of the Creative Class: And How It's Transforming Work, Leisure, Community, and Everyday Life" (Florida, 2004) é referenciado em quatro dos artigos em análise. Este livro, publicado pela Basic Books, define uma nova classe econômica e apresenta uma forma de pensar sobre o motivo da forma de viver atual. O autor aborda o papel crescente da criatividade na economia, descrevendo uma sociedade onde o caráter criativo é dominante, correspondendo a, pelo menos, 30 por cento da força de trabalho total.
O livro "Intelligent Cities and Globalisation of Innovation Networks" (Komninos, 2008) é referenciado quatro vezes. O autor combina conceitos e teorias dos campos do desenvolvimento e planejamento urbano, gestão da inovação, e ambientes virtuais, explicando o surgimento das "cidades inteligentes" em relação à globalização dos sistemas de inovação. O autor propõe uma nova forma de fazer ambientes inteligentes através da conexão de habilidades humanas, mecanismos institucionais e espaços digitais operando com uma comunidade, descrevendo uma série de plataformas e ferramentas as cidades inteligentes.
Finalmente também com quatro ocorrências o livro "Capitalism, Socialism and Democracy", de Joseph Alois Schumpeter, publicado em 1943, é considerado um clássico da teoria social. Nesse livro Schumpeter afirma que as causas do declínio do capitalismo eram internas, e mostra uma oposição ao socialismo centralista.
Além dos artigos mais citados, foram verificados quais os autores mais citados nas obras analisadas. A Tabela 7 apresenta a lista dos autores mais referenciados, o número de vezes que os mesmos foram referenciados, bem como o número de diferentes artigos referenciados.
Tabela 7 - Autores mais referenciados
Autor |
Número de referências |
Número de artigos referenciados |
Carayannis, Elias G. |
57 |
32 |
Campbell, David F. J. |
32 |
18 |
Chesbrough, H. W. |
24 |
10 |
OECD |
20 |
16 |
Etzkowitz, Henry |
19 |
14 |
European Comission |
15 |
13 |
Komninos, N. |
12 |
6 |
Porter, Michael E. |
11 |
9 |
Von Hippel, E. |
10 |
6 |
Watanabe, C. |
10 |
10 |
Moore, J. F. |
8 |
4 |
Fonte: Elaborado pelos autores
O objetivo deste trabalho foi elaborar uma revisão sistemática da literatura envolvendo 59 artigos incluídos no corpo da literatura (anexo A). Baseados na análise das definições encontradas, os autores puderam constatar a variedade de contextos onde ecossistemas de inovação têm sido aplicados (serviços, TI, farmacêutico, aeroespacial, design, cidades inteligentes e na interação entre universidade-indústria, entre outros).
O envolvimento de forma pró-ativa das pessoas, comunidades ou usuários demandantes ou consumidores de inovações parece ser o diferencial desta abordagem, além de conceitos utilizados tradicionalmente em ecossistemas como variabilidade social, mutualismo e simbiose.
Fica claro que o tema tem despertado crescente interesse na comunidade científica, especialmente a partir de 2010 com a tendência de crescimento das publicações cientificas.
A prevalência de autores, publicações e universidades líderes em tecnologia baseada em ecossistemas de inovação nas nações com melhores índices de desenvolvimento humano, indica o caminho que o Brasil ainda tem a percorrer para se tornar um protagonista na área, criando mecanismos de real integração entre a academia, indústria, governo e sociedade.
Ecossistemas de inovação é um campo de estudos que vem se estabelecendo a mais de uma década, com um crescente número de publicações a partir de 2010. Foram encontrados e analisados um total de 270 trabalhos disponíveis nas bases científicas de buscas citadas, sendo 59 incluídos no escopo deste trabalho.
A definição dos princípios de um Ecossistema de Inovação Nacional ("NIES") elaborado pelo "US Council on Competitiveness" em 2004 e a iniciativa do "Japan's Industrial Structure Council" em 2006 que propuseram uma transição de suas políticas baseadas em tecnologia para uma baseada no conceito de ecossistemas de inovação parece ter sido os eventos que despertaram o interesse das esferas governamentais, acadêmicas e industriais para a mudança de paradigma.
A ocorrência de um único trabalho no Brasil (Varrichio et. al., 2012) elaborado por uma indústria líder de bens de consumo no setor de cosméticos que destacou a importância da inovação, da interação entre a universidade e a indústria e do financiamento em P & D, também pontuou que apesar da crescente qualificação docente e de publicações científicas em todas as áreas é baixo o número de patentes geradas no país comparativamente a outros países, especialmente do leste da Àsia.
Ressalta ainda que a dinâmica das interações entre os atores em um sistema de inovação nacional deve permitir a superação dos desafios encontrados, incrementando a colaboração entre as redes de ciência e tecnologia, incluindo o suporte governamental em áreas estratégicas, promovendo a integração entre os atores da inovação e aumentando a transferência e a aplicação do conhecimento, investimento em pesquisa e desenvolvimento.
Por fim, identificamos que a área de estudo de ecossistemas de inovação requer estudos mais aprofundados, notadamente na gestão do conhecimento, dada a sua importância no atual estágio de desenvolvimento do Brasil e o crescente interesse em todas as esferas da sociedade.
Anexo A – Corpo da Literatura
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1 Instituto Federal de Santa Catarina – Brasil / marco@ifsc.edu.br
2 Instituto Federal Catarinense – Brasil / rafaelsperoni@gmail.com
3 Universidade Federal de Santa Catarina – Brasil / gauthier@egc.ufsc.br